A conta que pedia urgência na venda de jogadores está prestes a mudar no Beira-Rio. O Internacional negocia um empréstimo de R$ 44 milhões para liquidar dívidas de curto prazo. O reflexo da manobra? Diminuição brutal nas chances de venda de Aránguiz e das revelações Eduardo Sasha, Valdívia e Rodrigo Dourado na próxima janela de transferências da Europa.
O plano tomou corpo com o bom desempenho na Libertadores. Antes, a diretoria via como imperativa a negociação de pelo menos um dos jogadores mais valorizados no mercado – Aránguiz encabeçava a lista com sondagens da Inglaterra. Agora, a ideia é manter a equipe o máximo de tempo possível no Beira-Rio para ir bem também no Campeonato Brasileiro. Uma possível eliminação nas quartas de final, para o Independiente Santa Fe, geraria nova avaliação financeira. Mas já com impacto amenizado pelo novo fluxo de caixa.
No comando do clube desde a segunda quinzena de dezembro, a atual gestão afirma ter pego o Colorado com déficit de R$ 49 milhões e antecipação de recebíveis de 2015. Este último item na casa dos R$ 44 milhões. A ideia, já iniciada junto a bancos, é obter um financiamento com juros menores e prazo de quitação maior dando aos cofres um fôlego.
"Esta engenharia financeira está bem adiantada, em fase bem avançada mesmo, e com ela teremos fluxo de caixa novamente. A saída de jogadores não será necessária", prevê Pedro Afatatto, vice de finanças do Inter.
A estratégia só teria, em primeiro momento, único reflexo negativo no orçamento do clube. Em contas apresentadas, e já aprovadas pelo conselho deliberativo, a atual gestão prevê arrecadação de R$ 69 milhões (cerca de 20 milhões de euros) com venda de jogadores. Blindando os cofres e afastando a urgência na janela de agosto, a mais forte na Europa, o Colorado empurrará para dezembro e janeiro a sua previsão. Mas o período, historicamente, não gera grandes negociações com o exterior.
Uma das contas a serem pagas pelo Inter é de cerca de R$ 20 milhões e envolve:Ignacio Scocco, Diego Forlán, Dagoberto e até o Al Gharafa, do Qatar, pela transferência de Alex – em meados de 2013. Além do financiamento, o clube já tomou outras medidas para equilibrar as contas. Uma delas foi otimizar o uso de pessoal na operação do Beira-Rio em dias de jogos - reduzindo o custo de manutenção em R$ 150 mil por partida. Outra foi demitindo funcionários. Com estas duas ações, cerca de R$ 1 milhão/mês já foram economizados. No departamento de futebol, os salários dos jogadores seguem em dia e os direitos de imagem são pagos com no máximo cinco dias de atraso, em casos esporádicos.
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