quarta-feira, 12 de junho de 2013

Alteração de contrato dá fôlego financeiro ao Grêmio e projeta faturamento superior a R$ 400 milhões

Clube poderá vender as cadeiras que não forem ocupadas por sócios em todos os setores em dias de jogos


Alteração de contrato dá fôlego financeiro ao Grêmio e projeta faturamento superior a R$ 400 milhões Omar Freitas/Agencia RBS
É de R$ 414 milhões, ao longo de 20 anos, a projeção de faturamento do Grêmio a partir da alteração no contrato com a OAS. Mesmo que estes números tenham agradado aos 218 conselheiros presentes na reunião da noite de terça-feira, as modificações ainda não foram à votação. A reunião fica em suspenso até a próxima segunda-feira, dia 17, para que as comissões do Conselho possam fazer um estudo mais detalhado dos 14 itens alterados.
O aspecto saudado com maior entusiasmo pela direção é a possibilidade de contar novamente com fluxo de caixa, que seria comprometido com o gasto mensal da migração. É por isso que alguns dirigentes lamentaram que o novo contrato já não tivesse sido votado na sessão de terça-feira.
- O Grêmio tem tempo, o Grêmio está bem, então vamos prolongar esta discussão por mais tempo - ironizou o vice-presidente Nestor Hein.
A redução com a migração dos associados do Olímpico para a Arena é elevada. Neste ano, a economia será de R$ 31 milhões. Em vez de pagar R$ 43 milhões, o Grêmio só desembolsará R$ 12 milhões. Em 2014, este valor subirá para R$ 15 milhões. Até o final dos 20 anos de parceria, ele será de R$ 18 milhões fixos.
A OAS também pagará o valor restante para a conclusão do Centro de Treinamentos e da área administrativa e ainda reembolsará o Grêmio dos R$ 6 milhões gastos pelo clube nestes dois setores.
Ficou fixado em 2% o percentual do clube nas vendas dos empreendimentos imobiliários do Humaitá e da Azenha, após a demolição do Olímpico.
Diferentemente do contrato original, o clube terá direito a comercializar as cadeiras que não forem ocupadas por sócios em todos os setores da Arena em dias de jogos. Também será liberada ao Grêmio a venda de Cadeiras Gold inferiores, cabendo ao clube todo o lucro decorrente disso.
Com o fim das vendas do Passaporte Tricolor, produto que era comercializado pela Arena Porto-Alegrense, o Grêmio terá a chance de vender mais 10 mil novas cadeiras para sócios, que ficarão localizados no Setor Sul.
Pelo fato da negociação entre o interessado em adquirir um lugar no estádio ocorrer com uma entidade desportiva, haverá menor tributação, o que gera um maior potencial de lucro. Em caso de venda inferior ao projetado, o clube terá um desconto proporcional ao fauramento, o qual será repassado para a parceira.
Outra contrapartida: o clube poderá dividir os prejuízos advindos da operação da Arena com a OAS.
O ex-presidente Paulo Odone discorda de que o faturamento alcançará os R$ 414 milhões. Embora considere positiva a renegociação, afirma que a arrecadação ficará muito distante do anunciado nesta terça-feira. Diz, também, que a redução dos gastos com a migração ocorreria mesmo que o contrato não tivesse sido modificado.
— Não é uma novidade. Já estava previsto que este valor (da migração) seria apenas por um ano. Ele seria renegociado depois — destacou.
Confiante na aprovação das modificações, o presidente do Conselho Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, prevê uma realidade financeira bastante positiva para o clube.
— A partir de agora, o Grêmio terá um equilíbrio financeiro muito melhor — avalia.
Como fica a questão dos empreendimentos imobiliários
O Grêmio terá direito a 2% de tudo que for vendido nos 20 anos da parceria nas áreas da Azenha e do Humaitá, enquanto a Arena Porto-Alegrense fica com 1%. No final do ano, esse percentual entrará na divisão do lucro entre as partes. Nos empreendimentos imobiliários do Humaitá, sem contar o Shopping Center, 1% do que for arrecado será repassado ao clube.

Essa nova fonte de renda, em um primeiro momento, não será incorporada ao caixa gremista. Apontada como uma das principais medidas para dar fôlego financeiro, os valores serão utilizados neste momento para abater dívidas de cerca de R$ 20 milhões com a OAS (CT, antecipações e despesas pré-operacionais do estádio).

2 comentários:

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