Clube poderá vender as cadeiras que não forem ocupadas por sócios em todos os setores em dias de jogos
É de R$ 414 milhões, ao longo de 20 anos, a projeção de faturamento
do Grêmio a partir da alteração no contrato com a OAS. Mesmo que estes
números tenham agradado aos 218 conselheiros presentes na reunião da
noite de terça-feira, as modificações ainda não foram à votação. A
reunião fica em suspenso até a próxima segunda-feira, dia 17, para que
as comissões do Conselho possam fazer um estudo mais detalhado dos 14
itens alterados.
O aspecto saudado com maior entusiasmo pela direção é a possibilidade
de contar novamente com fluxo de caixa, que seria comprometido com o
gasto mensal da migração. É por isso que alguns dirigentes lamentaram
que o novo contrato já não tivesse sido votado na sessão de terça-feira.
- O Grêmio tem tempo, o Grêmio está bem, então vamos prolongar esta
discussão por mais tempo - ironizou o vice-presidente Nestor Hein.
A redução com a migração dos associados do Olímpico para a Arena é
elevada. Neste ano, a economia será de R$ 31 milhões. Em vez de pagar R$
43 milhões, o Grêmio só desembolsará R$ 12 milhões. Em 2014, este valor
subirá para R$ 15 milhões. Até o final dos 20 anos de parceria, ele
será de R$ 18 milhões fixos.
A OAS também pagará o valor restante para a conclusão do Centro de
Treinamentos e da área administrativa e ainda reembolsará o Grêmio dos
R$ 6 milhões gastos pelo clube nestes dois setores.
Ficou fixado em 2% o percentual do clube nas vendas dos
empreendimentos imobiliários do Humaitá e da Azenha, após a demolição do
Olímpico.
Diferentemente do contrato original, o clube terá direito a
comercializar as cadeiras que não forem ocupadas por sócios em todos os
setores da Arena em dias de jogos. Também será liberada ao Grêmio a
venda de Cadeiras Gold inferiores, cabendo ao clube todo o lucro
decorrente disso.
Com o fim das vendas do Passaporte Tricolor, produto que era
comercializado pela Arena Porto-Alegrense, o Grêmio terá a chance de
vender mais 10 mil novas cadeiras para sócios, que ficarão localizados
no Setor Sul.
Pelo fato da negociação entre o interessado em adquirir um lugar no
estádio ocorrer com uma entidade desportiva, haverá menor tributação, o
que gera um maior potencial de lucro. Em caso de venda inferior ao
projetado, o clube terá um desconto proporcional ao fauramento, o qual
será repassado para a parceira.
Outra contrapartida: o clube poderá dividir os prejuízos advindos da operação da Arena com a OAS.
O ex-presidente Paulo Odone discorda de que o faturamento alcançará
os R$ 414 milhões. Embora considere positiva a renegociação, afirma que a
arrecadação ficará muito distante do anunciado nesta terça-feira. Diz,
também, que a redução dos gastos com a migração ocorreria mesmo que o
contrato não tivesse sido modificado.
— Não é uma novidade. Já estava previsto que este valor (da migração)
seria apenas por um ano. Ele seria renegociado depois — destacou.
Confiante na aprovação das modificações, o presidente do Conselho
Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, prevê uma realidade financeira
bastante positiva para o clube.
— A partir de agora, o Grêmio terá um equilíbrio financeiro muito melhor — avalia.
Como fica a questão dos empreendimentos imobiliários
O Grêmio terá direito a 2% de tudo que for vendido nos 20 anos da
parceria nas áreas da Azenha e do Humaitá, enquanto a Arena
Porto-Alegrense fica com 1%. No final do ano, esse percentual entrará na
divisão do lucro entre as partes. Nos empreendimentos imobiliários do
Humaitá, sem contar o Shopping Center, 1% do que for arrecado será
repassado ao clube.
Essa nova fonte de renda, em um primeiro momento, não será incorporada ao caixa gremista. Apontada como uma das principais medidas para dar fôlego financeiro, os valores serão utilizados neste momento para abater dívidas de cerca de R$ 20 milhões com a OAS (CT, antecipações e despesas pré-operacionais do estádio).
Essa nova fonte de renda, em um primeiro momento, não será incorporada ao caixa gremista. Apontada como uma das principais medidas para dar fôlego financeiro, os valores serão utilizados neste momento para abater dívidas de cerca de R$ 20 milhões com a OAS (CT, antecipações e despesas pré-operacionais do estádio).
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