sábado, 22 de julho de 2017

Racismo, machismo e furtos: os dez dramas do Inter na Série B

    D'Alessandro se desespera em lance do duelo do Inter contra o Criciúma

 A Série B não está nada fácil para o Internacional. O Colorado está fora da zona de classificação para a próxima Série A e já enfrentou 'de tudo' dentro e fora de campo. Desde que a competição começou, o clube viveu acusação de racismo, machismo, protesto, violência e até furtos à loja do clube. Entre percalços e acertos, vitórias e derrotas, confira dez dramas vividos pelo time gaúcho numa competição em que não está acostumado a estar.

   Machismo de Guto Ferreira

A entrevista coletiva que sucedeu o jogo contra o Luverdense criou um clima ruim para o técnico Guto Ferreira. Ao responder a jornalista Kelly Costa, da RBS TV, o treinador disse que "não faria outra pergunta a ela, pois era mulher e talvez nunca tivesse jogado (futebol)". Percebendo a colocação diferenciando gênero, o treinador pediu desculpas públicas no dia seguinte, não sem antes ser acusado de machismo nas redes sociais.

Jogo sem melhores momentos

Em 20 de junho, pela 9ª rodada da Série B, o Beira-Rio, que já viu finais de Libertadores, Brasileiro e jogos memoráveis, certamente conheceu um dos piores duelos de sua história. Inter e Paraná jogaram tão pouco que não houve transmissão de 'melhores momentos' durante intervalo da partida na televisão. Não tinha o que registrar. Praticamente sem chutes a gol nos dois lados, o duelo terminou 0 a 0 e cravou lugar entre os jogos mais fracos do ano. 

   Protestos viram rotina

Não foi uma, duas, três ou quatro vezes. A cada tropeço em casa, o Internacional conviveu com clima tenso. Lembrando os vários protestos de 2016, a torcida não engoliu as dificuldades encaradas pelo time gaúcho em jogos no Beira-Rio, realizando uma série de protestos cada vez mais violentos. De gritos de 'time sem vergonha' até o uso de violência. Tanto que o clube se obrigou a reforçar a proteção do estádio com barreiras de metal utilizadas antes do último confronto, com o Luverdense, organizou um seminário sobre segurança e fez campanha pela paz quando atua em casa.

Violência: sobrou até para as cadeiras

 E estes protestos que começaram apenas com xingamentos foram ficando mais e mais fortes. Das palavras aos gestos foi um pulo, dos gestos à violência outro. Contra o Paraná, insatisfeitos com o jogo muito fraco do time, cadeiras foram quebradas e arremessadas no campo. Do lado de fora do Beira-Rio, o clima ficou cada vez pior. Após a derrota para o Boa Esporte, pela 11ª rodada, houve o primeiro foco de confronto mais forte com a Brigada Militar. O empate contra o Criciúma gerou o ápice da tensão, com brigas, feridos, estádio depredado e duas organizadas suspensas pelo prazo de 90 dias. 

Loja do Inter sofre saques

 Ainda durante os atos de vandalismo que sucederam o jogo com Criciúma, um fato curioso e lamentável. A loja oficial do Internacional que fica no estádio Beira-Rio foi saqueada. As vitrines foram quebradas, manequins danificados e os materiais que estavam expostos levados por torcedores não-identificados. O Inter não contabilizou o dano, mas foram perto de cinco camisas e mais alguns produtos oficiais do clube que acabaram levados. 


   Derrota em casa para o Boa

Dos jogos em que o Inter tropeçou em casa, nenhum doeu mais do que a derrota para o Boa Esporte. O Colorado esperava recuperação, já estava entre os piores da competição como mandante, e na 11ª rodada pegou os mineiros de olho na recuperação. Não veio. Com gol de Diones, o Boa venceu um time desorganizado do Inter e 'marcou' a campanha na Série B. 

   Troca precoce de treinador 

A Série B foi mais difícil do que parecia. Antes do campeonato, o técnico Antonio Carlos Zago abraçava o favoritismo. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, dizia que o Inter era superior aos adversários e deveria subir com alguma tranquilidade. Durou apenas três rodadas e perdeu emprego após a derrota para o Paysandu, em Belém. 

Campo esburacado no Recife

 Uma das marcas da segunda divisão até agora no Colorado também aconteceu pela falta de condições do gramado em um jogo. O Arruda, palco para o confronto com Santa Cruz, mostrou uma das piores condições de jogo já enfrentadas pelo Colorado recentemente. Buracos, lama e muita sujeira impossibilitaram qualquer ação de qualidade. Resultado: empate em 0 a 0. E campo era tão ruim que até mesmo o dono desistiu de atuar por lá depois deste jogo.


   Acusação de racismo no Ceará

 Em meio aos problemas dentro de campo, a antepenúltima rodada deu ao Colorado problemas fora dele. O Inter ganhou do Ceará por 2 a 0, mas o fim do jogo ficou marcado pela acusação do atacante Elton contra o zagueiro Victor Cuesta. O atleta do alvinegro disse que o argentino o chamou de 'macaco' durante uma discussão no segundo tempo. No dia seguinte registrou ocorrência na polícia. O árbitro do jogo não relatou nada em súmula. Também no dia seguinte, Cuesta negou ter usado termos de cunho racista para agredir o rival. 

    Nem a camisa agradou

Quando a fase é ruim, nada dá certo. Nada mesmo. O Inter lançou a camisa para esta temporada alterando um pouco o design. O vermelho ganhou uma listra mais forte horizontal na altura da barriga. E não agradou. A rejeição ao novo uniforme contrasta com os números apresentados pela direção do clube. Ao mesmo tempo que a rede social mostra descontentamento dos aficionados com os novos uniformes, o Inter informa que eles venderam três vezes mais do que o uniforme passado no mesmo período. 

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