D'Alessandro se desespera em lance do duelo do Inter contra o Criciúma
A Série B não está nada fácil para o Internacional. O Colorado está fora da zona de
classificação para a próxima Série A e já enfrentou 'de tudo' dentro e fora de campo.
Desde que a competição começou, o clube viveu acusação de racismo, machismo,
protesto, violência e até furtos à loja do clube. Entre percalços e acertos, vitórias e
derrotas, confira dez dramas vividos pelo time gaúcho numa competição em que
não está acostumado a estar.
Machismo de Guto Ferreira
A entrevista coletiva que sucedeu o jogo contra o Luverdense criou um clima ruim
para o técnico Guto Ferreira. Ao responder a jornalista Kelly Costa, da RBS TV, o
treinador disse que "não faria outra pergunta a ela, pois era mulher e talvez nunca
tivesse jogado (futebol)". Percebendo a colocação diferenciando gênero, o treinador
pediu desculpas públicas no dia seguinte, não sem antes ser acusado de machismo
nas redes sociais.
Jogo sem melhores momentos
Em 20 de junho, pela 9ª rodada da Série B, o Beira-Rio, que já viu finais de
Libertadores, Brasileiro e jogos memoráveis, certamente conheceu um dos piores
duelos de sua história. Inter e Paraná jogaram tão pouco que não houve
transmissão de 'melhores momentos' durante intervalo da partida na televisão. Não
tinha o que registrar. Praticamente sem chutes a gol nos dois lados, o duelo
terminou 0 a 0 e cravou lugar entre os jogos mais fracos do ano.
Protestos viram rotina
Não foi uma, duas, três ou quatro vezes. A cada tropeço em casa, o Internacional
conviveu com clima tenso. Lembrando os vários protestos de 2016, a torcida não
engoliu as dificuldades encaradas pelo time gaúcho em jogos no Beira-Rio,
realizando uma série de protestos cada vez mais violentos. De gritos de 'time sem
vergonha' até o uso de violência. Tanto que o clube se obrigou a reforçar a proteção
do estádio com barreiras de metal utilizadas antes do último confronto, com o
Luverdense, organizou um seminário sobre segurança e fez campanha pela paz
quando atua em casa.
Violência: sobrou até para as cadeiras
E estes protestos que começaram apenas com xingamentos foram ficando mais e
mais fortes. Das palavras aos gestos foi um pulo, dos gestos à violência outro.
Contra o Paraná, insatisfeitos com o jogo muito fraco do time, cadeiras foram
quebradas e arremessadas no campo. Do lado de fora do Beira-Rio, o clima ficou
cada vez pior. Após a derrota para o Boa Esporte, pela 11ª rodada, houve o
primeiro foco de confronto mais forte com a Brigada Militar. O empate contra o
Criciúma gerou o ápice da tensão, com brigas, feridos, estádio depredado e duas
organizadas suspensas pelo prazo de 90 dias.
Loja do Inter sofre saques
Ainda durante os atos de vandalismo que sucederam o jogo com Criciúma, um fato
curioso e lamentável. A loja oficial do Internacional que fica no estádio Beira-Rio foi
saqueada. As vitrines foram quebradas, manequins danificados e os materiais que
estavam expostos levados por torcedores não-identificados. O Inter não contabilizou
o dano, mas foram perto de cinco camisas e mais alguns produtos oficiais do clube
que acabaram levados.
Derrota em casa para o Boa
Dos jogos em que o Inter tropeçou em casa, nenhum doeu mais do que a derrota
para o Boa Esporte. O Colorado esperava recuperação, já estava entre os piores da
competição como mandante, e na 11ª rodada pegou os mineiros de olho na
recuperação. Não veio. Com gol de Diones, o Boa venceu um time desorganizado
do Inter e 'marcou' a campanha na Série B.
Troca precoce de treinador
A Série B foi mais difícil do que parecia. Antes do campeonato, o técnico Antonio
Carlos Zago abraçava o favoritismo. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, dizia
que o Inter era superior aos adversários e deveria subir com alguma tranquilidade.
Durou apenas três rodadas e perdeu emprego após a derrota para o Paysandu, em
Belém.
Campo esburacado no Recife
Uma das marcas da segunda divisão até agora no Colorado também aconteceu
pela falta de condições do gramado em um jogo. O Arruda, palco para o confronto
com Santa Cruz, mostrou uma das piores condições de jogo já enfrentadas pelo
Colorado recentemente. Buracos, lama e muita sujeira impossibilitaram qualquer
ação de qualidade. Resultado: empate em 0 a 0. E campo era tão ruim que até
mesmo o dono desistiu de atuar por lá depois deste jogo.
Em meio aos problemas dentro de campo, a antepenúltima rodada deu ao Colorado
problemas fora dele. O Inter ganhou do Ceará por 2 a 0, mas o fim do jogo ficou
marcado pela acusação do atacante Elton contra o zagueiro Victor Cuesta. O atleta
do alvinegro disse que o argentino o chamou de 'macaco' durante uma discussão
no segundo tempo. No dia seguinte registrou ocorrência na polícia. O árbitro do jogo
não relatou nada em súmula. Também no dia seguinte, Cuesta negou ter usado
termos de cunho racista para agredir o rival.
Nem a camisa agradou
Quando a fase é ruim, nada dá certo.
Nada mesmo. O Inter lançou a camisa
para esta temporada alterando um
pouco o design. O vermelho ganhou
uma listra mais forte horizontal na
altura da barriga. E não agradou. A
rejeição ao novo uniforme contrasta
com os números apresentados pela
direção do clube. Ao mesmo tempo
que a rede social mostra
descontentamento dos aficionados
com os novos uniformes, o Inter
informa que eles venderam três vezes
mais do que o uniforme passado no
mesmo período.
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