terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Raul Pont: Colorado mau carater


Chega! Foi exatamente esta palavra que veio à minha cabeça quando li a "resposta" do deputado Raul Pont na coluna do Hiltor Mombach de hoje, a qual reproduzo abaixo:

Caro Hiltor, saúde! Li publicação na tua coluna sobre o entorno da Arena do Grêmio e a falta de recursos para melhoria de acessos e obras complementares. A cobrança vai ao “poder público”. Concordo que cabe a cobrança ao poder público, mas essa. O governo estadual entregou aquela área de graça, avaliada em R$ 38 milhões, e recebeu em troca área gravada na Estrada Costa Gama no valor de R$ 3 milhões.

O Estado, apesar da lei aprovada condicionar compensações, abriu mão de qualquer compensação avaliando que os ganhos futuros serão bons para o erário. Portanto, um grande negócio para a OAS. 
Ao governo municipal cabia exigir diante do tamanho do investimento todas essas providências e, tudo indica, não o fez. Para benefício, de novo, da OAS. Agora, se quer que o poder público pague a conta?

Nenhuma obra desse porte, nenhum loteamento, pode ser aprovado sem que o investidor assuma os custos das consequências do investimento para o entorno. Por exemplo: o Shopping Praia de Belas (duplicação da Avenida Praia de Belas), o Carrefour Passo da Areia (Avenida Grécia e obras pluviais), o Barra Shopping Sul (Avenida Diário de Notícias, moradias populares e outras obras), entre tantos outros.

Portanto, de poder público, o que falta, nesse caso, é o poder de regulação, de controle, de exigências de urbanização e obras complementares em empreendimentos deste tipo.

Saudações, Raul Pont.

À medida que meus olhos percorriam as palavras ditas pelo ex-prefeito, ia me dando conta de que a Copa do Mundo em Porto Alegre não é um jogo de gato e rato. 

Informações falsas (o terreno foi COMPRADO pela OAS, num valor próximo a R$ 40 milhões, além da construtora se responsabilizar em construir uma universidade na Restinga - Estrada Costa Gama, um novo posto policial, se responsabilizar por reposicionar a rede de transmissão que passava pelo terreno da Arena, sem contar na construção de uma nova escola para a região - já construída, diga-se de passagem - pois a existente ficava dentro do terreno), falso desconhecimento do assunto e o uso de exemplos que nem de longe se encaixam no cenário Rodovia do Parque x Complexo Arena.

Nem gatos, nem ratos. Estamos lidando com porcos e patos.

De um lado, pessoas com espírito de porco que, no alto de seus poderes e influências políticas, não buscam o melhor para a cidade. Querem colocar obstáculos no projeto adversário, buscando assim proteger o seu. Do outro lado os patos, aqueles que buscam aproveitar o fator Copa do Mundo como a tábua de salvação na busca de recursos primordiais para a cidade, a fim de torná-la mais moderna, mais segura, mais confortável, independente das cores que carrega no peito.

Em que grupo o ex-prefeito se encaixa? Bem, vejamos:

- Ele tentou aprovar uma emenda que forçaria as obras da Arena a terem 50% da mão-de-obra gaúcha, sendo que todos nós sabemos que no Brasil a grande maioria da força de trabalho nesta área é composta de pessoas do Norte/Nordeste. (será que fará o mesmo em relação às obras do Beira-Rio?)

- Votou contra a aprovação dos índices para o terreno do Olímpico (adivinhem o voto dele em relação aos índices da área do Beira-Rio?)

- Votou contra a liberação do terreno onde hoje está sendo construída a Arena

A carta reproduzida acima foi apenas a "cereja do bolo". Mas para nós, porto-alegrenses, tem que servir como a gota d'água.

O deputado Raul Pont sabe que se as verbas necessárias para as obras viárias no entorno da Arena não chegarem até março, elas não ficarão prontas no momento da inauguração do estádio tricolor. Sabedor disso, se posiciona de maneira patética, colocando como responsabilidade da OAS algo que é de responsabilidade do Governo Federal.

Vou provar que o argumento do deputado é inválido (para não dizer idiota):

Se não houvesse estádio ali naquele terreno, haveria ainda sim a Rodovia do Parque, correto?

Logo, a rodovia não existe por causa do Projeto Arena. Ela foi concebida pela necessidade de se criar uma alternativa capaz de aliviar o tráfego na BR-116. Mesmo se o Projeto Arena não existisse, haveria ainda a necessidade de se melhorar a malha viária na região onde a Rodovia do Parque desemboca (dentro do Bairro Humaitá), para escoar o tráfego gerado por ela.

Neste cenário, se ainda estivesse na condição de prefeito, o que o excelentíssimo Raul Pont faria? Diria para os porto-alegrenses que o problema era da construtora ou buscaria recursos junto a União, pelo fato de se tratar de uma Rodovia Federal?

A resposta é lógica.

Ora nobre deputado, algumas pessoas raciocinam, sabia?

Shopping Praia de Belas, Carrefour Passo da Areia, Barra Shopping Sul... É óbvio que as melhorias no entorno destes empreendimentos é obrigação do investidor. Por um simples motivo: o aumento no tráfego daquela região foi causado pelo EMPREENDIMENTO construído, seja ele shopping, seja ele supermercado.

Já o aumento do movimento no Bairro Humaitá não se dará pela construção de um estádio que funcionará uma vez a cada 10 dias. Se dará por conta de uma Rodovia Federal que terá cerca de 33% do tráfego hoje existente na BR-116 (e todos nós, gaúchos, sabemos o inferno que esta rodovia representa no dia-a-dia).

Portanto, PROTESTEM contra este cidadão. Mandem e-mails (imprensa@raulpont.com.br), cobrem no twitter (), façam barulho.

Chega dessa palhaçada, deste jogo ridículo onde todos saem perdendo: gremistas, colorados e, principalmente, a cidade de Porto Alegre.

Saudações tricolores,

Giuliano Vieceli
Conselheiro do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense 
 
Fonte: Gremio Arena

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