A tradição, o retrospecto histórico e as características de alguns
jogadores foram utilizados para (tentar) definir o que é comum entre
Grêmio e Inter e seleções que disputarão a Copa do Mundo no Brasil.
Antes
de mais nada, o objetivo deste texto não é comparar seleções e times de
futebol ao pé da letra. Até porque a dupla Gre-Nal está longe de
mostrar um futebol que se aproxime das duas equipes selecionadas por
Zero Hora neste exercício de pensamento.
Se não concordou, entre
no debate, discuta com os amigos, opine! Sabemos que essa discussão irá
se prolongar pelo menos até o final do Mundial.
Inter — EspanhaO
histórico é de um futebol bonito, elegante. Berços de atletas fora da
média, sempre tiveram seus craques a cada geração e deixaram grandes
títulos no passado. Porém, ao longo dos anos ficou aquele gostinho de
que alguma coisa ainda faltava. Na última década, ganharam tudo.
Atualmente, ainda pairam no ar seus verdadeiros potenciais.
A
Espanha
venceu a Eurocopa em 1964 e a Olimpíada de 1992 com a geração de
Guardiola e Luis Enrique. E mais nada até os anos 2000, quando encantou o
mundo com o "tiki-taka". Mais do que isso, conquistou duas Eurocopas em
sequência (2008 e 2012). Finalmente, chegou ao título Mundial em 2010.
O
Inter
começou a ganhar destaque com o Rolo Compressor na década de 1940.
Reinou na década de 1970 com o tri brasileiro (75, 76 e 79), período no
qual revelou jogadores como Falcão, Figueroa, Carpegiani e Valdomiro.
Mas nos anos 80 e 90 viria a penar atrás do rival da Azenha — mesmo
tendo levantado a taça da Copa do Brasil de 1992.
A virada veio
em 2006, quando conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes. Além da
segunda Libertadores em 2010, obteve o título da Copa Sul-Americana, em
2008, e se autointitulou o "Campeão de Tudo".
Iniesta e D'Alessandro
Montagem sobre fotos / AFP e Agência RBS
São o ponto de equilíbrio de suas equipes. Titulares incontestáveis, quando não jogam, o time perde qualidade. Aos 30 anos,
Iniesta pode fazer tanto a função centralizada no 4-2-3-1, como atuar em uma das pontas, assim como
D'Alessandro,
33 anos. O espanhol marca mais que o argentino, que, por sua vez, tem
um chute mais venenoso. Iniesta é destro, D'Ale é canhoto. Como
semelhança, o primeiro nome: Andrés. Sim, a piada foi fraca!
Xavi e Alex
Montagem sobre fotos / AFP e Agência RBS
Ambos já tiveram seus melhores momentos.
Xavi,
34 anos, viveu a principal fase da carreira a partir da temporada
2005-2006, ainda com o técnico Frank Rijkaard, no Barcelona. Chegou ao
auge com Guardiola. Na seleção espanhola, joga igual ao clube, mas
começou a decair nos últimos anos.
Assim como o espanhol,
Alex,
32 anos, tem na técnica e no passe suas principais qualidades. Foi
campeão do mundo em 2006, entretanto, apresentou sua melhor forma em
2008, quando acabou vendido para a Rússia. De volta ao Inter, mais
experiente, Alex é a ligação da defesa com o ataque colorado. Não tem
mais a mesma vitalidade, mas compensa na marcação.
Grêmio — UruguaiAguerridos
e vibrantes, carregam historicamente a marca da "alma castelhana". Se
não dá na técnica, vai na força. Times que nunca se entregam.
Peleadores. Protagonizaram, com as devidas proporções, seus Maracanazos.
Contudo, o presente das duas equipes é mais glorioso se conjugado no
passado. Ganharam tudo há muitos anos, e hoje é que falta o algo a mais.
O
Uruguai
venceu duas vezes seguidas a Olimpíada com a famosa Celeste Olímpica
(1924 e 1928). Foi a primeira seleção campeã mundial, em 1930. E calou o
Maracanã com 200 mil pessoas na final contra o Brasil, em 1950, o que
lhe conferiu o bi do mundo. Contabiliza 15 Copas América, a última em
2011, na Argentina, um ano depois do terceiro lugar no Mundial da África
do Sul.
Na primeira metade de sua história, o
Grêmio
eternizou grandes jogadores: Eurico Lara, Luiz Carvalho e Oswaldo Rolla
(Foguinho) entre eles. Mas os títulos de expressão vieram somente na
década de 1980. O Campeonato Brasileiro, em 1981, e a Libertadores e o
Mundial, em 1983, ergueram o clube no cenário internacional.
Conquistou
novamente a Libertadores em 1995, e o Brasileirão em 1996. Em 1997,
levantou a taça da terceira Copa do Brasil contra o Flamengo de Romário
dentro do Maracanã. Em 2001, veio o tetra. De lá para cá, mais nada. Sem
falar nos rebaixamentos...
Cavani e Barcos
Montagem sobre fotos / AFP e Agência RBS
A comparação é até injusta, mas eles são os homem-gol de suas equipes. O uruguaio
Edinson Cavani,
27 anos, marcou 44 gols nas últimas duas temporadas, por Paris
Saint-Germain e Napoli. Finaliza bem com a cabeça e com os pés.
Já o gremista
Hernán Barcos,
30 anos, fez 29 gols nos dois anos em que atua pelo clube. Mesmo sendo o
centroavante do time, tem dificuldades para finalizar e passa por má
fase no Campeonato Brasileiro deste ano.
Arévalo Rios e Edinho
Montagem sobre fotos / AFP e Agência RBS
São
os cães de guarda de suas equipes. Fazem o chamado "trabalho sujo".
Dificilmente marcarão um gol, mas também dificilmente vão perder a
viagem atrás de um adversário.
Egidio Arévalo Rios,
32 anos, ganhou destaque na Copa de 2010, quando seu vigor físico ainda
prevalecia. Após o Mundial, teve uma breve passagem pelo Botafogo e
agora atua no México.
Edinho, 31 anos, foi
campeão do mundo pelo Inter em 2006. Jogou na Itália, passou pelo
Fluminense e chegou neste ano para o Grêmio, de graça. Divide opiniões
sobre sua saída de bola, mas ninguém nega que a força e a vontade
continuam as mesmas.